A General Motors do Brasil enviou sexta (18) comunicado por e-mail aos funcionários das suas cinco fábricas no País, ameaçando fechar as operações na América do Sul. A mensagem, assinada pelo presidente da empresa no Mercosul, Carlos Zarlenga, também foi afixada em todas as unidades da multinacional.
O anúncio instalou a preensão entre os trabalhadores e indignação nas liderança sindicais da categoria. Os dirigentes temem que a atitude da GM seja um instrumento de pressão sobre o governo e os Sindicatos para afrouxar mais as relações trabalhistas.
NOTA – "Repudiamos a possibilidade de paralisação da produção no Brasil e na América Latina, e também que nos seja exigido mais sacrifícios, como diz o comunicado da empresa”, afirma nota divulgada nesta segunda (21) por dirigentes sindicais. Segundo o texto, já foram feitas várias concessões à GM, mas a empresa está “sempre querendo mais”.
O documento é assinado pelos presidentes das Confederações metalúrgicas da Força Sindical e CUT, Miguel Torres e Paulo Cayres, respectivamente; pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana; o presidente do Sindicato de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva (Cidão); e o presidente do Sindicato de São José dos Campos, Weller Pereira Gonçalves, além do dirigente da CSP/Conlutas, Atnágoras Lopes.
Segundo o texto, a categoria não aceita que supostas dificuldades da empresa sejam utilizadas “para reduzir mais direitos”. “Os Sindicatos que têm representação na GM no Brasil manifestam sua oposição a essa reestruturação global que a GM vem promovendo, pois ataca os empregos com o fechamento de plantas e a retirada de direitos”, reforça a nota.
LUCRO – Os dirigentes apontam que a montadora se contradiz, pois “anunciou um lucro global superior a 2,5 bilhões de dólares, equivalente a R$ 10 bilhões, no último trimestre, e é líder de vendas na região”. A General Motors tem fábricas no Brasil e Argentina.
No comunicado aos funcionários, Carlos Zarlenga cita fala da presidente mundial da companhia, Mary Barra, que, ao divulgar o balanço financeiro de 2018 aos acionistas, deu sinais de que considera sair da região.
A Agência Sindical ouviu o presidente do Sindicato de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva. Cidão afirma: “A fala da presidente global, Mary Barra, de que não quer mais trabalhar para os outros ganharem dinheiro, soa estranha. Quem são esses outro? Garanto que não é o trabalhador da GM”. Cidão informou que nesta terça (22), às 11 horas, a GM e os Sindicatos de São José dos Campos e São Caetano se reunirão para discutir providências.
Fonte: Agencia Sindical